15 novembro 2010

O amor e o amor do outro...

Eu também
não amo
melhor
nem pior
do que ninguém.

Amo como sei.
Nem do jeito
que aprendi,
mas sim
de como inventei.

Um amor
cujo fim
seja sempre possível,
queira Deus
improvável.

Um amor
que a mim
pareça infalível
e à poesia,
quase inefável.

É assim
que eu amo:
com lábios e língua,
hálito, saliva
e todos os dentes.

Desde que o outro
não me deixe
à míngua,
que só há amores
se equivalentes.

Affonso Romano de Sant'Anna

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